quinta-feira, 18 de outubro de 2012



«»«»«»Contos Populares«»«»«»
 
 
O Coelhinho Branco
 
 
 
Era uma vez uma princesa que costumava pentear-se sempre à janela do seu palácio, que deitava para o jardim. Todos os dias ia um coelhinho branco muito bonito passear debaixo da janela. Um dia, estando a princesa a pentear-se vai o coelhinho e levou-lhe o pente.
Passados dias, estando outra vez a princesa a pentear-se veio o mesmo coelho e levou-lhe o laço, e passados mais uns dias, tendo a princesa tirado um anel e posto na janela o coelho tornou a aparecer e levou-o.
Passaram-se uns poucos dias e o coelho nunca mais voltou. A princesa, com muitas saudades por ele não aparecer, adoeceu.
Vieram os médicos e não atinaram com a moléstia. O rei, muito aflito por ver que a filha não podia resistir à doença, não fazia senão chorar.
A princesa tinha uma aia que era muito sua amiga e que sabia a razão de tudo aquilo. A doente sonhou uma noite que bebendo um copo de agua duma fonte que havia no meio do bosque distante do palácio lhe daria saúde. Pediu À aia que lha fosse buscar, porque só da sua mão a queria beber, pois só nela confiava.
A aia foi, chegou à fonte e, quando ia a encher o copo abriu-se o chão e saiu um preto com um burro carregado de barris.
Ela escondeu-se e o preto encheu os barris, carregou o burro e foi-se embora. A aia foi atrás dele e o preto chegando ao sitio por onde tinha aparecido disse:
Abre-te, chão!
Imediatamente o chão se abriu e apareceu um palácio muito rico. A aia entrou e escondeu-se, muito admirada por ver semelhante riqueza.
O preto veio, trouxe uma bacia e um jarro de de ouro deitando os barris de agua dentro da bacia. Depois foi-se embora. dai a pouco viu ela vir o coelhinho branco, que costumava ir ao jardim da princesa. O coelho meteu-se na bacia de agua e fez-se logo um formoso príncipe. Depois abriu uma gaveta e, tirando um pente, um laço e um anel, começou a dizer:
-Pente, laço, anel de minha senhora! Vejo a ti e não vejo a ela! Ai que morro por ela, ai de mim!
Depois arrecadou tudo, voltou a banhar-se, tornou-se logo em coelho e fugiu. A aia quando se viu só, chegou ao sitio por onde tinha entrado e disse:
Abre-te, chão!
O chão imediatamente se abriu, saiu ela e chegou ao palácio muito contente, com um copo de agua da fonte.
A princesa bebeu-a e começou a achar-se melhor. A aia, , então contou-lhe o que tinha visto e a princesa ainda mais contente ficou. Depressa se achou boa e foi um dia a passear com a aia ao mesmo sitio e esconderam-se. Dai a pouco tempo abriu-se o chão e apareceu o preto. Encheu os barris, carregou-os no burro e foi-se embora. Chegou ao tal sitio e fez que o chão se abrisse. E logo apareceu o tal rico palácio. Entraram a princesa e a aia e foram seguindo o preto sem que ele as visse. Depois esconderam-se no mesmo sitio onde estivera a aia da outra vez. O preto foi buscar a bacia e o jarro de ouro, despejou a agua dentro e depois retirou-se.
Dai por um bocado, veio o coelhinho, banhou-se dentro da bacia e tornou-se no tal príncipe. Abriu a gaveta e repetiu as mesmas palavras diante do pente, do laço e do anel
Só que dessa vez apareceu a princesa, que lhe disse:
-Se morres por mim, meu amor, aqui me tens!
Acabou-se imediatamente o encanto do príncipe, que ficou muito contente por tornar a ver a princesa.
Ajustou-se o casamento, casaram e o pai dela ficou muito satisfeito.

Sem comentários:

Enviar um comentário